Ignacio Oreamuno é um criativo verdadeiramente global: já viveu em dez países ao longo de sua vida e encara a missão diária de enriquecer a indústria do design que ele tanto adora. Além de Diretor Executivo da Art Directors Club (ADC), é fundador da IHAVEANIDEA e inovador da Portfolio Night internacional. Anteriormente incluído na lista da revista Marketing “Ones to Watch Under 30”, ele lançou duas novas iniciativas: o Tomorrow Awards, uma premiação internacional sem categorias, voltada exclusivamente para o ensino e a aprendizagem, e a Giant Hydra, a primeira ferramenta criativa de colaboração em massa do gênero para agências.
O que você faz no dia a dia para se manter inspirado?
Recentemente, percebi com grande tristeza que perdemos um tempo precioso em redes sociais e na web. Não estamos assistindo à TV, mas transformamos as atualizações de status de todo mundo em um programa de TV. Por isso, estou me esforçando para ler mais e criar mais arte. Estou com um projeto paralelo agora no qual converto lixo em arte. Não é nada novo, mas isso me deixa feliz e, mais importante, me mantém longe do computador e das telas. Levei minha carreira inteira para perceber que a principal fonte de inspiração para o design e a publicidade é a vida real e não o trabalho dos outros.
Quem são seus maiores influenciadores?
Qualquer pessoa que sonhou com coisas que todos pensavam serem impossíveis. Gustave Eiffel construindo a Torre Eiffel, por exemplo. Era para ela durar apenas alguns anos, mas está de pé até hoje e foi a estrutura mais alta do mundo por 40 anos. É absolutamente linda em todos os sentidos, mesmo sendo feita de metal pesado. Sempre que estou lá, me pergunto como os seres humanos são capazes de conceber e construir coisas assim.
Que conselho você daria para jovens criativos que pretendem trabalhar na área?
Eu costumava dar uma série de conselhos sobre como entrar nas agências. Agora não faço isso. Em vez disso, aconselho jovens criativos a abrir seu próprio negócio ou se juntar a uma empresa iniciante. A verdade é que estamos vivendo no que seria o Velho Oeste, cheio de aventureiros em busca de ouro. Por que perder uma incrível experiência educacional enquanto ela está aí? Uma pessoa “criativa” tem as habilidades perfeitas para uma empresa iniciante: você apresenta muito bem, consegue projetar uma marca do início ao fim e usa soluções criativas para resolver problemas. Você deve aprender o máximo no seu primeiro trabalho, e nenhum lugar oferece a jovens criativos um maior campo de treinamento de criatividade do que uma empresa iniciante.
Qual peça de design/arte você gostaria de ter criado?
Minha campanha favorita sempre foi a campanha United Colors of Benetton. Além de simples, era muito chocante. Não era chocante pelo choque em si. Havia uma mensagem política que me impactou como adolescente. Essa campanha me ensinou a respeito da AIDS, da guerra, da violência e da pobreza e fez tudo isso vendendo suéteres! Era um pouco maluca, e é por isso que a admiro até hoje! Oliviero Toscani tem um ótimo ponto de vista (que ele apresentou no ADC Festival deste ano, em Miami) segundo o qual não há nenhuma razão para fazer coisas tediosas ou sem graça. A arte deve provocar, e para provocar devemos correr riscos. Essa campanha não teria sobrevivido a um grupo de discussão, mas está aí, e continuamos falando sobre ela 20 anos depois.
Veja a íntegra da entrevista em http://goo.gl/zSBuvJ
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